6 de julho de 2010

Quanto Vale um Egresso?




Vídeo-documentário que eu e um amigo da faculdade fizemos como resultado do I Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão (2009), promovido pelo Instituto Vladimir Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos. O vídeo tem como objetivo compreender as dificuldades de reintegração social de egressos do sistema penitenciário, abordando o tema de uma maneira humanizada.

Direção: Leandro Siqueira e Renato Santana

Em agosto de 2010, o Jornal da Gazeta fez uma matéria sobre o documentário.
Também em agosto, o Estadão divulgou o vídeo em sua página na internet.

Repórter MAM

O tarefa era visitar o Museu de Arte Moderna de São Paulo e fazer uma reportagem sobre a exposição. Eu e uma amiga (o trabalho era dupla) resolvemos apresentar o texto de uma forma diferente: diagramado em uma revista. O resultado ficou bem bacana. Confiram!


Português Hiperbólico 5

Ela era dócil, um pouco difícil, odiava o ócio, resolveu então abrir um negócio. Montou um consórcio e me largou no altar por um dos sócios, um argentino dono de um palácio. Veio o divórcio. Eu já sabia que a vida não era fácil, mas tudo parece ter um "que" de fictício. Me sinto um lixo, uma peça antiga, um fóssil. Eu quero um beijo e um pedaço de carinho embrulhado num 'abrácio'. Joguem fora o ursinho de pelúcia.

Português Hiperbólico 4

Ele tinha medo de lugar fechado: era claustrofóbico. Um dia ficou preso no elevador: foi catastrófico. O jeito foi relaxar: com alucinógenos. No final foi resgatado: por paramédicos.

A Minas, o que é de Minas

Para quem fala de amor, o meu carinho.
Para quem fala de Deus, a minha benção.
Para quem falam de paz, o meu sossego.
Para os que falam de Minas, um pão de queijo.

Português Hiperbólico 3

Seu Castilho era um velho com problema nos olhos. Só comia macarrão ao alho e óleo. Um dia, porém, lhe serviram com molho. E logo ele esbrabejou: "Que caralho!"

Crescer e aparecer

Eu fico imaginando se aquelas mulheres de comercial de cerveja, na época em que eram crianças, e alguém lhes perguntava o que queriam ser quando crescessem, respondiam: "um estereótipo".

Português Hiperbólico 2

Mais do que grande, o tombo foi gigante. Ela me disse toda saltitante: "Amor, tenho um amante". Foi estonteante. Seria a minha vida um conto de Cervantes ou a realidade é assim mesmo, deveras dilacerante? Perguntei titubeante: "Não me amas como antes?" A resposta foi cortante. Fiquei triste. E não rimei mais por nenhum instante.

Olha só que coisa estranha

Seus olhos eram pintados, sua boca sedutora
Só usava minissaia e rebolava a noite toda
Ela até que era bonita, mas não sabia lavar louça
Daria uma boa modelo, mas não uma boa esposa
Esses versos são sim machistas, porém nada escabroso
Pior seria se eu dissesse, que essa moça é um moço

Resumo da Ópera: Dom Quixote

Dom Quixote era um cara estranho, achava que vivia num sonho e, embora fosse risonho, nunca foi de morder a fronha. Gostava de Dulcinéia, foram juntos tomar banho, ela riu de seu "tamanho" e ele ficou todo tristonho. Desde então foi algo medonho, desgarrou-se de seu rebanho e ao lhe perguntarem sobre moinhos, respondia:
- Deles, eu ganho.

Ode ao pé e derivados

Ele possuía próteses no lugar de pernas. E ainda assim corria maratonas todos os anos. Era um bom atleta. Porém, certa vez, a prótese quebrou-se ao meio durante uma corrida, perto da linha de chegada, fazendo-o perder uma prova quase certa. Quem diria: a perna o havia deixado na mão. Seria ele um verdadeiro pé frio?

O jeito era relaxar, comer um pé de moleque e talvez, quem sabe, dançar um pouco. Ouvira dizer que ele era um dos melhores pé de valsa da cidade. Outros, porém, me diziam que ele não passava de um pé rapado. Na dúvida, fiquei com um pé atrás. Afinal de contas, não dá para levar tudo o que dizem ao pé da letra. Mas amanhã será um novo dia e, na próxima corrida, que ele comece com o pé direito.

Toda essa história, sem pé nem cabeça, me foi contada ao pé do ouvido por uma senhora que conheci no metrô. Estava de pé, e ela, sentada. Ao abaixar-me para conversarmos pude reparar nos pés de galinha que marcavam fortemente seu já bem usado rosto. Que seja tudo verdade, pois contar mentiras é dar tiro no próprio pé. Como diz o ditado: mentira tem perna curta.

Contou-me também que era atriz. "De cinema?", perguntei. "Não, de teatro", esclareceu-me. Inclusive, estava a caminho da sala de espetáculos. Apresentaria-se dentro de pouco tempo numa readaptação de Footloose. "Pois então quebre a perna", respondi, desejando-lhe sorte. Ela sorriu e me agradeceu pelos votos de sucesso. Em retribuição, me deu um pé de coelho para me proteger. Despedimo-nos e fui para casa.

No caminho resolvi passar no supermercado. Não sei por que, mas estava com uma vontade louca de comprar um pé de alface. No caixa, reparei numa mulher grávida que encontrava dificuldades em embrulhar suas compras. Ela me viu e pediu ajuda. Fingi que não a vi fui embora dando uma de João sem braço.

Ao chegar em casa não encontrei ninguém. Vi um recado de minha esposa no criado-mudo: “Querido, fui embora”. Meu Deus, ela pôs o pé na estrada! O jeito era apertar os passos e descobrir para onde ela havia ido. Bati o pé decidido que iria encontrá-la, seja onde for que ela estivesse. Nem que precisasse ir a todos os hotéis do Estado, arrombando quarto por quarto com um pé de cabra. Na ânsia, fui atropelado. O final de tudo não foi dos melhores: bati as botas.

A saga de João Amélio

Eram 2 horas quando João Amélio sentiu seu coração bater mais rápido. Às 3h, ele parou. Às 4h, já era tarde quando a família chegou em casa. Às 5h, entrou na ambulância. Às 6h, chegou ao hospital. Às 7h, foi atendido. Mas no fundo nem precisava. Às 8h, foi dado como morto. Nunca conheci João Amélio. Nem antes nem depois das três.

Resumo da ópera: Supermam

Ele era um super-homem, com superpoderes
Dos seus olhos saía um raio laser
Seu verdadeiro nome era Clark Kent
Um apaixonado por Lois Lane

Português Hiperbólico 1

Ela era prática e decorava bolos com uma espátula: de cholocate, de avelã ou de amendôas da Malásia. Originária das mãos de um autor de mente mágica, levava uma vida bem bucólica. Transparecia uma aura angélica e nostálgica. Quem essa é essa criatura enigmática de quem eu falo nessas rimas hiperbólicas: seria ela a tranquila Dona Benta ou a psicodélica Tia Anastácia?

O dia de do Carmo

Maria do Carmo acorda todos os dias às 4h30 da manhã para trabalhar. Às 5, sai do banho. Às 5h20, toma café. Às 6, tranca o portão de casa. Às 6h50, desce do ônibus. Às 7h15, é encochada no metrô. É o ponto alto do seu dia. Nunca conheci Maria do Carmo. Nem no sentido Jabaquara ou Tucuruvi.

5 de julho de 2010

Síndrome de João e Maria

Com a aproximação do Natal, a imagem que vem à cabeça da maioria das pessoas é a de lojas abarrotada de pessoas em busca de presentes. Já para quem passa o 24 de dezembro na cozinha, contudo, a preocupação é com o preparo da ceia. Não raramente, costuma-se haver um abundância de comida nessa época que deixa qualquer um banquete real no chinelo. Aliás, há de se convir que a comida se inseriu de tal forma na cultura brasileira, que é humanamente impossível a prática de dietas e regimes alimentares. A disposição dos feriados e de outras datas comemorativas no calendário é feita de tal maneira que compreende-se porque 43,3% da população brasileira que vive nas capitais estão acima do peso, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.

Em 25 de dezembro, temos o Natal, período no qual comida não é problema: come-se peru, pernil, tender, arroz, farofa, peixe, nozes, castanhas, frutas cristalizadas, frutas secas, frutas em calda, panetone, chocotone e, para não pesar demais, uma saladinha, claro. Tudo bem que às vezes as pessoas mais comida do que comem - vai ver é o tal espírito natalino, notoriamente generoso -, mas que o Natal representa o ápice do pecado da gula, não há como negar.

Acabou o Natal, e você então pensa: “Ah, agora eu vou entrar naquele regime que há tento tempo eu estou pensando em fazer”. Ledo engano. Você e sua família cozinharam uma variedade enorme de pratos; é comida para a semana toda. Após constatar essa fatalidade, você se resigna e se esforça ao máximo no nobre objetivo de evitar o desperdício de alimentos.

Quando a semana vai se aproximando de seu fim, você percebe mais uma verdade da qual não é possível fugir: o Ano Novo. A segunda data mais “engordativa“ do nosso calendário acontece exatamente uma semana após a mais “engordativa”. Coincidência? Sim, coincidência. Mas, convenhamos, uma infeliz coincidência para mim, para você e para todos que querem perder aqueles quilinhos a mais, agregados durante o Natal.

O cardápio do Ano Novo, vulgo Réveillon, não difere muito das iguarias natalinas. Inclua agora cem gramas de lentilha, cachos de uva, uma romã, nhoque e algumas garrafas de cidra. Nessa época do ano você só não vê mais comida do que formas de simpatias e gente vestindo branco.
Acabou o Ano Novo! Você agora está definitivamente de regime. Não há volta em relação a isso. É verão, todo mundo corre pelas ruas exibindo seus abdomens sarados, e você também quer fazer parte deste seleto grupo.

Pouco mais de um mês fazendo trinta longos minutos de exercícios quase diários e tentando ao máximo não comer em excesso, você se surpreende mais uma vez: “skindô-skindô”, lá vem o Carnaval. E pior: junto com aquele feriado prolongado.

Aí já viu, né? Litros e litros de cerveja, petiscos, frituras e mais cerveja se acumulando na sua barriga. Quando finalmente a folia acaba, vem aquele feriado prolongado e como se não bastasse a sua empresa ainda deixou os funcionários assistirem as apurações das escolas do Rio e de São Paulo em casa. Você vivenciará então três dias de nervosismo e ansiedade para saber se nesse ano sua escola finalmente vai levar o título. Agora, leitor, me diga: qual é o melhor jeito de curar a ansiedade? Exatamente... comendo! Mais cerveja, mais fritura e mais cerveja.

É, companheiro, seu começo de ano não foi dos melhores, mas agora está tudo sob controle... porém, não sob o seu. Já se passou pouco mais de um mês desde as suas últimas aventuras alimentícias. Você já até começou a notar um músculo ou outro que antes não via. Já está pensando nas férias de meio de ano e naquela viagem à praia onde você, finalmente, vai poder exibir seu peitoral recém-esculpido. Mas é como diz o ditado: felicidade de pobre dura pouco (porque se você fosse rico já teria feito uma lipoaspiração e terminado com tudo isso). Você olha para o horizonte cronológico que se apresenta a você e de repente se depara com o inevitável: o coelhinho da páscoa pulando com uma cesta de chocolate.

Cá entre nós, não há como resistir aos encantos da Páscoa; o que dirá, então, aos “encantos” do chocolate, ainda mais na forma de ovo, ou de coelho, ou de cenoura, ou de castelo... Não há quem não goste de chocolate. Ele sim é o símbolo do pecado. Sempre desconfie de quem lhe disser que eva mordeu uma maçã ao sucumbir aos pecados mundanos. Sua mordida foi, sim, numa barra de chocolate. A questão é que um pedaço mínimo de chocolate possui um milhão e trezentas calorias. Então por menos que você coma, não há como fugir de dar adeus àqueles músculos que você tão bem havia recepcionado.

Bom, a Páscoa acaba e você imagina o que mais esta por vir, correto? É hora da Festa Junina, meu caro. Prepare-se para comer todo tipo de comida à base de milho, chimarrão, maçã doce, algodão doce, galinha na panela, galinhada, galinha ao forno, galinha doce e toda e qualquer forma que uma galinha puder ser preparada comestivelmente.

O ano já passou de sua metade e já foi possível perceber o poder da comida em nossa cultura. Simplesmente, não há regime que resista. Parece que o universo conspira contra os gordinhos. Assim, você passará dias, semanas e até meses lamentado-se pelo triste fado que lhe corroera o futuro... e, claro, comendo essas lamentações. Tudo isso ocorre sem levar-se em considerações outras datas com potencial de engorda como aniversários, dia dos pais, dia das mães e festas típicas às quais costuma-se ir.

Não sei a quem tanto interessa um mundo recheado de pessoas mais gordinhas. Só sei que precisamos agir, levantar da cadeira e fazer algo a respeito. Mas enquanto a gente não decide como tudo isso vai ser organizado... eu vou na cozinha preparar um lanchinho e já volto.

4 de julho de 2010

Convite TCC

Como já comentei certa vez, design gráfico é uma das minhas "paixões". Embora me falte conhecimento na área, é sem dúvida algum um divertimento no qual pretendo me aprofundar. Abaixo segue uma variação da capa do meu TCC, que eu acabei transformando em um convite para o dia da minha banca. Até que ficou legal.

3 de julho de 2010

Brasil volta para casa

Ah, o futebol! Paixão nacional. Em anos de Copa do Mundo, então: tesão nacional. Após uma campanha decepcionante no mundial da África do Sul, a (horrível) imprensa esportiva já definiu seus vilões: Felipe Melo e Dunga.

Diferentemente da visão deveras simplificadora que acomete nossa (horrível) imprensa esportiva, eu acredito que nada é preto no branco, oito ou oitenta. hà variações a serem consideradas. No caso do desempenho da seleção, é importante observar-se erros e acertos desde quadriênio no qual o técnico Dunga esteve à frente de seu comando.

ERROS

- Convocação: eu entendo que os critérios adotados pelo Dunga não tenham sido meramente técnicos. Ele se preocupou também em levar jogadores de sua confiança e que formassem um grupo forte e unido. Acredito que não há fórmulas definidas de sucesso – sobretudo no imprevisível e mágico universo do futebol. Há diversas linhas de ação para que um treinador aja e, dentro de cada uma delas, é possível realizar um trabalho bem sucedido, um time campeão.

De qualquer maneira, a falta de um meia mais ofensivo para fazer a composição com Kaká me pareceu uma insistência inócua do Dunga. Isso não apenas vai contra a história do futebol brasileiro (e portanto ele deu pessoalidade demais à seleção, sendo ela um patrimônio de todos), como também limita técnica e taticamente qualquer equipe. Não custa nada ter uma alternativa a mais para variar partidas mais complicadas.

É um erro relativamente grave, mas que, tendo em vista a forma como a seleção foi eliminada, é atenuado conforme apontamentos feitos abaixo, nas considerações sobre os acertos da seleção na Copa.

- Insistência: por mais unido que fosse o grupo, insistir com alguns jogadores como o Michel Bastos foi um erro. Faltou ao Dunga sensibilidade para substituir alguns jogadores em momentos-chaves das partidas. Faltou também, consequentemente, melhor aproveitamento do banco.

- Trabalho Psicológico: a forma como se deu a eliminação brasileira, mostrou que os jogadores estavam desfocados em relação ao grande objetivo do hexacampeonato. Ou entraram excessivamente confiantes – o que os levou à derrota; ou entraram focados, mas o gol de empate holandês (e posteriormente o da virada) lhes atacaram de tal maneira, que eles não souberam assimilar o resultado adverso (ao contrário dos holandeses, que se mantiveram inabalados, mesmo enquanto estavam perdendo) – o que os levou à derrota.

Adendo de 8 de julho: Apesar da derrota para a Holanda numa das semi-finais, o Uruguai fez uma campanha belíssima nessa Copa e pode inclusive terminá-la com um belo terceiro lugar. Essa situação me fez aumentar um pouco mais a culpa de Dunga e também, claro, do próprio time brasileiro. Se Oscar Tabárez, tecnico do Uruguai, conseguiu levar uma equipe limitada, como é o caso da uruguaia (apesar de bons talentos individuais como Lugano, Suárez e Forlán) à decisão de terceiro lugar, porque o Brasil não conseguiu, tendo um time melhor? Tudo bem que pegou a finalista Holanda no meio do caminho, que de fato tem um time melhor. Mas mesmo assim, faltou um pouco de garra à seleção.

Os jogos do Uruguai, por exemplo, foram todos emocionantes, excitantes. Sem contar que eles possuem um craque (Forlán) que decidiu várias das partidas. E isso faltou ao Brasil. Um jogador decisivo. Um Craque. O cara que batesse no peito e chamasse a responsabilidade para si.

Kaká, a princípio, seria esse jogador decisivo. Mas devido à sua contusão, não pode sê-lo nessa Copa. E a seguinte constatação me entristece: tirando o Kaká, não há jogador brasileiro que decide jogo? Quem seria esse cara? Ronaldinho Gaúcho, Robinho? Duvido muito. Será que faltou talento a essa geração brasileira?

ACERTOS

- Convocação: sim, ao mesmo tempo em que foi um erro, ela foi um acerto. Por isso que eu digo que a campanha brasileira não pode ser vista por um viés simplificador, ou seja, como faz a nossa (horrível) imprensa esportiva.

Bom, já apontei o porquê de ter considerado a convocação do Dunga um erro. Agora, uma vez convocada e uma vez que a bola começou a rolar em solo sulafricano, o Brasil mostrou sim futebol para ir longe na competição. De certo não mostrou o melhor futebol de todos, mas era razoável. Não fazia jus às seleções de outrora, mas era o suficiente para chegar numa semi-final, por exemplo; ou até mesmo a uma final, quem sabe. Sem contar que a história do esporte bretão já nos mostrou, em diversas ocasiões, que um apanhando de bons nomes não é o suficiente para se alcançar o sucesso: 2006 está aí, recente na nossa memória.

O que faltou ao Brasil, mais do que qualidade técnica (quem diria, por exemplo, que jogadores como Elano e Ramires fariam falta à seleção), foi inteligência emocional. Embora tenha feito um primeiro tempo genial contra a Holanda, fez um segundo desastroso. Jogadores como Robinho, Kaká, Lúcio e Gilberto Silva, por exemplo, que deveriam ter feito chover em campo naquele momento de adversidade e de pressão holandesa, simplesmente sumiram. Ignoraram seus papéis de liderança, suas experiências em decisões, e deixaram se abater.

Convocar Ronaldinho Gaúcho, Ganso, Neymar ou Pelé não faria diferença naquele instante. Porque não tínhamos jogadores ruins em campo, mas sim um time morto. Ironicamente, um dos pontos que o Dunga tanto valorizou, que foi o de montar um grupo unido e de jogadores com paixão pela camisa amarela, foi o que nos derrubou na Copa do Mundo. São contradições que não se explicam.

- Paixão: trazer de volta paixão pela seleção brasileira, tanto dos jogadores (que agora querem mesmo vestir a amarelinhas) como dos torcedores, que mesmo não gostando da convocação, acreditava e torcia muito para que o Brasil fosse longe.

- Imprensa: colocar a (horrível) imprensa esportiva no lugar dela, montando uma barreira contra os boatos e intrigas que toda hora surgem foi um grande feito. Chamar o Alex Escobar de cagão, como fez o Dunga, sem dúvida alguma é um ato desnecessário. Mas mostrar-se inabalado aos sutis insultos dos palpiteiros de plantão, que usam e abusam de seu poder midiático para impor suas ideias, foi um mérito muito digno do Dunga. Ao longo desses quatro anos foram ofensas à sua educação, ao seu trabalho, misturando o pessoal com o profissional. A (horrível) imprensa esportiva brasileira mereceu!

- Tática: o Brasil tinha um bom esquema tático, sobretudo na parte defesniva, sempre muito bem postada. Não apenas a zaga, que é muito boa, como também a marcação desde o meio de campo. O ataque, óbvio, deixou a desejar: resultado de um estilo defensivo do técnico Dunga e da falta de inspiração de volantes que sabem sair com a bola, mas que nesse Mundial erravam passes como nunca vi. Pode ser considerado um erro também, uma vez que a convocação tem influência na armação tática da equipe.

Pois bem, essas são apenas alguma considerações referentes ao trabalho do Dunga frente a seleção, especialmente durante a Copa do Mundo de 2010. Como é possível perceber, não é um objeto fácil de analisar. Muito pelo contrário, é extremamente complexo. Por isso acho importante analisar e entender o que houve de bom e o que houve de ruim – porque certamente existiram variações desses dois fatores.

Não é apenas a concentração em Weggis ou o meião do Roberto Carlos que causam a derrota de uma seleção. Não é apenas a expulsão do Felipe Melo ou mau humor do Dunga que nos tiraram o hexa.

2 de julho de 2010

Toca Raul!

Galera, quando eu estava no quarto semestre da faculdade, eu e uns amigos fizemos um rádio-documentário sobre um dos maiores ícones do rock nacional, o grande Raul Seixas. Na barra lateral direita do blog, aliás, é possível encontrar o link pelo qual é possível ouvir o documentário na íntegra. São 16 minutos recheados de música e de declarações emocionantes de amigos e familiares de Raul.

O trabalho final com bem interessante. Tanto que acabamos inscrevendo-o no concurso da Rádio Cultura AM, aqui de São Paulo, que incentiva a produção radiofônica universitária. Lucidez de um Maluco foi exibido logo no primeiro dia.