Matou-me não poder mais vê-la
Matou-me vê-la sem me ver
A vida a qual sempre abraçamos
Como uma rosa meiga e doce
Mostrava agora seus espinhos
Abandonava o seu perfume
Trancava todas suas pétalas
E se deitava em terra fria
Que a cobria em tom de zelo
E sob a terra também ia
Todos os sonhos destruídos
Que desenhamos na areia
E se apagaram pelo mar
E sob a terra, ia escondido
Todo o silêncio do meu pranto
E um punhado da minha alma
O que mais fazer?
Quando chorar não mais consola;
E o grito já não mais acalma;
E o triste então se apresenta
Quando o Sol me dá as costas?
Tantas palavras foram ditas
Tantas declarações ouvidas
Tantas belezas foram vistas
Tantas carícias, foram lindas
Mas agora...
O que dizer só há adeus
O que ouvir não há mais nada
Meus olhos já não podem ver
Se escondem os dois atrás de lágrimas
Enquanto penso naqueles dias
Lembro de quando éramos ontem
De como a rosa me encantava
E, eu o cravo a cortejava
E me acolhia em suas plumas
A lapidava em bela jóia
E lhe ascendia em chama quente
Que me esquentava em noites claras
Daí o ontem acabou
O amanhã, pena, virá
Espero só o Jardineiro
A este cravo vir podar
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