Eu nunca muito fui de assistir filmes. No entanto, agora que estou de férias, resolvi reservar algum tempo para a apreciação da sétima arte. Decidi então, semana passada, fazer um cadastro na locadora aqui da rua de casa. Uma verdadeira epopéia!
A primeira tentativa foi falha, pois era necessário levar meu RG, meu CPF e um comprovante de residência. Como o número do meu CPF está registrado na própria identidade eu não achei necessário levá-lo para fazer o cadastro, mas o atendente insistiu que o CPF era de uma importância vital. Não adiantou argumentar.
Cansado, voltei no dia seguinte, levando um comprovante, um RG e duas vezes o CPF. Os dois últimos passaram pelo crivo do atendente, diga-se de passagem, nenhum pouco simpático. Mas o comprovante, coitado, era muito antigo. Na verdade, era uma correspondência de 2003! Essa juventude perdeu a noção do que é velho e do que é novo. O que são quatro anos? Se pegarmos desde a existência da humanidade, veremos que quatro anos é um cuspe cronológico! Se eu fosse um camundongo, tudo bem, quatro anos me faria muita falta... era só o que me faltava.
A locadora já está com o meu número de identidade e com o número do meu CPF, para que ela vai querer o meu endereço? Por acaso, se eu atrasar a devolução de algum filme, eles vão mandar alguém à minha casa para me matar? Eu até imagino a cena. Lá estou eu descansando ao som da nona sinfonia de Beethoven, preparando um chá de camomila silvestre, quando, de repente, um brutamonte arromba a minha porta e diz: “Pelo jeito você gostou demais de ‘Sexta-feira 13’, né?, então agora eu vou te mostrar o porquê ela considerada o dia do azar”.
Sabe, eu já estava quase mandando o atendendo tomar banho (e não, não seria na Lagoa Azul) quando decidi acatar com sua arbitrariedade e voltei no dia seguinte com um comprovante mais recente. Cadastro feito, carteira brega fabricada, fui procurara um filme para alugar. Até que não foi muito difícil; os cinco metros quadrados do estabelecimento fizeram com que eu não me prolongasse em minha busca.
Acabei escolhendo os filmes “A Rainha” e “Casa de Areia”. Os dois filmes são fantásticos. Gostei mais do primeiro pelo enredo mais costurado. A trilha também é magnífica. O que mais me encantou foi um detalhe logo no início, quando os créditos começam a aparecer e a rainha está posando para um quadro e de repente vira o rosto e olha direto pra gente ao mesmo tempo que há uma mudança na música de fundo e o nome do filme aparece!
Mas por enquanto é isso! Agora é esperar para ver quais provações eu terei que passar na minha próxima ida a A LOUCADORA!!!!